domingo, 31 de maio de 2015

Desporto: Miguel Oliveira faz história no desporto português

Notícia por Nuno Miguel em 31-05-2015 às 20:20

Ainda como piloto da Mahindra, já tinha ameaçado. Já na presente temporada, comandando uma KTM, as aproximações à liderança intensificaram-se. Mas faltava o primeiro lugar no final de uma corrida em Moto3.
Faltava. Hoje, domingo, dia 31 de maio de 2015, cumpriu-se mais um feito histórico no desporto luso: Miguel Oliveira foi o primeiro piloto português a vencer uma prova no mundial de motociclismo. No Grande Prémio de Itália, a sexta prova do campeonato, o jovem português partiu apenas do 11.º lugar depois de, no sábado, ter sido anulada a sua melhor volta.
Chegou a ocupar o 15.º posto nas voltas iniciais mas, com o passar do tempo, viu-se que Oliveira estava a executar uma corrida inteligente.
Regularmente foi subindo posições entre o grupo alargado de concorrentes, e numa curva até passou do quinto para o primeiro posto. A partir daí esteve sempre a rondar a liderança, foi mesmo o líder na fase final, embora na última volta tenha perdido essa posição durante alguns momentos.
A poucas curvas do final, e graças à sua já conhecida travagem, recuperou a liderança, aguentou na última curva e terminou à frente de Danny Kent (+0.071s) e de Romano Fenati (+0.071s), que terminaram respetivamente nos segundo e terceiro lugares. Ainda na reta da meta, já depois de passar pela bandeira de xadrez, Miguel Oliveira emocionou-se. Na primeira entrevista, junto à pista, analisou a prova: "Tive receio de ficar longe da frente mas tentei em várias voltas. Sabia que era muito forte na última curva. Não queria chegar à entrada para a última volta no primeiro lugar, mas não tive outra hipótese". "É um grande dia para mim, estou mesmo feliz", confessou o jovem piloto que, aos 20 anos, torna-se no primeiro português a chegar a este patamar num dos principais campeonatos em duas rodas. Agora Miguel Oliveira sobe para o quarto lugar do campeonato, somando 66 pontos. O líder é Danny Kent, que soma 124 pontos. No pódio de Mugello, ouviu-se depois o hino de Portugal.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Música: Diogo Piçarra // Espelho em concertos

Fonte: Radar dos Sons


Pouco mais de um mês após a edição do disco ESPELHO, os concertos de estreia de Diogo Piçarra, no Armazém F em Lisboa e no Hard Club no Porto, ambos com lotação esgotada, revelaram o que já todos suspeitávamos : O Diogo Piçarra não é apenas o vencedor da 1ª edição dos Ídolos, o compositor e letrista de sucessos no canal youtube, nem simplesmente o intérprete de “Tu e Eu”. Diogo Piçarra tem um talento singular e uma perceção arrebatadora de espetáculo. O palco é a sua “casa” de sempre e um espaço onde todos se sentem em “casa”.
O público rendeu-se ao espetáculo, entoando as melodias e as letras do reportório de Diogo Piçarra; os 12 temas que integram o álbum e ainda algumas versões, como o medley que interpreta sozinho com a loopstation, aludindo a canções de Clã, Ornatos Violeta e Carlão ou ainda a versão tão sua de “Se eu fosse um dia o teu olhar” de Pedro Abrunhosa.
Diogo Piçarra na voz, guitarra, piano e loopstation; Francisco Aragão nas guitarras e teclados; Filipe Cabeçadas na bateria e Miguel Santos no baixo vão estar em digressão com ESPELHO. O próximo concerto é já no próximo dia 16 de Maio, em Faro, na Semana Académica do Algarve.

Cinema: Falcão, o Capitão predilecto de Salazar

Notícia por Nuno Miguel

Como em tudo, os gostos de cada um predominam quando se discute se um filme é bom ou mau. Mas há algumas películas que conseguem reunir uma maioria absoluta para o "bom". Este será um desses filmes.

'Capitão Falcão' estreou há três semanas nas salas portuguesas e é provavelmente uma das produções cinematográficas mais interessantes em Portugal, ao longo da última década. Um super-herói que começa a sua escala numa prova na praia e termina num gesto íntimo com... António de Oliveira Salazar. Um justiceiro ao serviço do Estado Novo, mas que também vira comunista. Estranho? Há muitos factos e diálogos estranhos nesta obra de João Leitão. E ainda bem.
Que Gonçalo Waddington é um dos actores mais completos e mais competentes do nosso país, já sabíamos. No entanto, este filme confirma e reforça o seu estatuto. Enquadrado perfeitamente na (dupla) personagem que lhe foi atribuída, protagoniza momentos brilhantes. Uma das melhores cenas vistas nos últimos tempos surge nesta longa-metragem, sob sua responsabilidade, num interrogatório repleto de "preto no branco", muito bem conseguido. E com direito a bolos.
António de Oliveira Salazar é retratado por José Pinto. O jovem José Pinto. Homem de Vila Nova de Gaia, vizinho da Antena Web, continua a mostrar as suas qualidades, a sua regularidade e ainda tem genica para realizar movimentos bruscos, enquanto se esquiva dos "malditos hereges". Notável.
Ao longo do filme, mesmo que com passagens curtas, aparecem actores como Nuno Lopes, Miguel Guilherme (este com papel mais relevante), Rui Mendes ou Ricardo Carriço - que dá uns "ares" do Major Alvega. Mas não é ele.
Um enredo muito bem elaborado, cómico e diferente. Ao adjectivo "interessante", juntamos: 'Capitão Falcão' é provavelmente uma das produções cinematográficas mais originais em Portugal, na última década. Aconselhamos.