quinta-feira, 21 de abril de 2016

Crónica desportiva por José Agrela, número 14

A última semana trouxe-nos os Quartos-de-Final da Liga dos Campeões e da Liga Europa. Infelizmente, para nós, portugueses, as equipas lusas foram eliminadas.

O Benfica, que vinha com uma desvantagem de um golo da primeira volta, fez uma boa exibição frente ao Bayern de Munique. Ainda se adiantou no marcador por Raul Jimenez, mas a frieza alemã veio ao de cima e Arturo Vidal (novamente ele) empatou a partida e sentenciou praticamente a eliminatória. No segundo tempo, o Bayern ainda marcou um segundo golo por Thomas Muller, mas Talisca num livre superiormente apontado, estabeleceu o resultado final em 2-2. É de referir que novamente ficou provado o quão pequeno Portugal é na Europa do futebol. Num lance claro de expulsão de um jogador bávaro, o árbitro optou por mostrar apenas o cartão amarelo. Isto nunca mudará…
Nos outros jogos desta competição, Ronaldo voltou aos seus bons momentos e “carregou” o Real Madrid até às Meias-finais, com um “hat trick”. Com o terceiro golo, Ronaldo demonstrou toda as sua raça e vontade, contando também com a colaboração da barreira do Wolfsburgo que ”abriu” uma avenida para a bola passar.
Já o Barcelona continuou a travessia no deserto e viu-se afastado da fase seguinte por um Atlético Madrid feito à imagem do seu mister, Diego Simeone.
Sempre muito aguerridos, os “colchoneros” , mesmo com menos um jogador a partir dos 35’ não deram hipótese a um Barça que vive um dos piores momentos dos últimos anos. Antoine Griezmann acabou por ser a figura do jogo ao apontar os dois golos.
Em Manchester, os “citizens” que já traziam uma vantagem por empatar em Paris a duas bolas, venceram por 1-o e dando-se ao luxo de falhar uma grande penalidade.
Os parisienses até tiveram mais bola, mas os locais foram sempre mais acutilantes.
Assim, teremos Manchester City-Real Madrid e Atlético Madrid-Bayern Munique com a primeira mão a ser disputada a 26 e 27 de Abril.
Na Liga Europa, o Braga não foi capaz de travar o poderio do Shaktar Donetsk e foi “cilindrado” em Lviv (devido à guerra que grassa em Donetsk). Estatisticamente, o jogo até foi equilibrado, mas os ucranianos foram letais na hora de rematar, marcando quatro golos… em três remates que fizeram enquadrados com os postes. A explicação é simples: Ricardo Ferreira, central bracarense que esteve em dia não, fez dois autogolos.
Nos outros encontros desta fase, Liverpool e Borussia Dortmund protagonizaram, provavelmente, o jogo do ano. Aos dez minutos, os alemães já venciam por 2-0., dando toda a ideia que facilmente resolveriam a questão. Puro engano! Logo no reinício após o intervalo, os homens da cidade dos Beatles reduziram para a margem mínima. Mas as coisas não ficaram por aqui. Marco Reus voltou a aumentar a vantagem para dois golos. A partir daqui, só deu Liverpool com o último golo a ser apontado aos 90’ +1 que deu a passagem às Meias-finais.
O atual detentor do troféu, Sevilha, tremeu mas não caiu. Depois de ter vencido em Bilbau, tudo levaria a pensar que seria fácil. Mas no entanto, os homens do País Basco surpreenderam e venceram por 2-1 também, arrastando a eliminatória para um prolongamento que acabou por não resolver nada. E nas grandes penalidades, o Sevilha, mais experiente nestas andanças, não tremeu e venceu uma eliminatória muito discutida.

No outro encontro, o Villarreal venceu em Praga, ao Sparta por 4-2, concluindo com um somatório de 6-3 no conjunto das duas mãos.

Assim, nas Meias-finais teremos Villarreal-Liverpool e Shakhtar-Sevilha, com a primeira mão marcada para 28 de Abril.
A nível doméstico, o Benfica venceu mas não se livrou de um grande susto. Venceu o Vitória de Setúbal por 2-1. No entanto, aos 13 segundos os “encarnados” já perdiam por 1-0, num lance em que os dois laterais não ficaram isentos de culpas. Depois com uma meia hora de sonho, os bicampeões nacionais deram a volta ao encontro, com golos do “inevitável” Jonas e Jardel. A partir daqui, estranhamente, os homens da Luz caíram de produção e o jogo caiu numa toada de “deixa andar”. E foi nessa espécie de sonolência colectiva que os sadinos estiveram à beira de empatar, com Ederson a mostrar créditos.
O outro candidato ao título, Sporting venceu pela margem mínima, num jogo polémico. O golo dos leões deixa no ar a sensação de fora de jogo. No entanto, num lance posterior, Teo Gutiérrez viu um golo anulado que parecia em posição legal. Em suma, o árbitro assistente cometeu dois erros para fazer justiça.
No Dragão, assistiu-se ao regresso do “velho” FC Porto. Com uma grande entrada em jogo, os “azuis-e-brancos” depressa arrumaram o jogo, gerindo-o a seu belo prazer. Com a entrada de Ruben Neves e André Silva no onze, ficou demonstrado que Pinto da Costa também tem bons valores jovens.
Nos restantes jogos, destaque para o União da Madeira que voltou a marcar passo, depois de estar a vencer por 2-0 em casa. O intervalo trouxe uma equipa amorfa e adormecida que acabou por ver fugir 3 pontos, com a derrota por 4-3.
O Marítimo continuou o seu caminho de altos e baixos, desta vez sendo um ponto alto, ao vencer um Guimarães desnorteado e que se viu a jogar com menos um elemento, a partir do 12º minuto, por 3-0. No Restelo, a Académica conseguiu um precioso ponto que pode ser decisivo nas contas finais, na luta pela permanência. Já o Tondela, interrompeu a sua boa série de três jogos sem perder e viu-se derrotado em Braga por 3-0, apagando, muito possivelmente, a última esperança de manutenção. O Arouca empatou com o Rio Ave a zero, num jogo que manteve tudo como antes do início do jogo, ou seja, continuam em 5º e 6º na classificação, com o mesmo número de pontos. Na Amoreira, o tranquilo Estoril venceu um Boavista aflito, com um autogolo do defesa Vinicius a dois minutos dos 90.

Destaque internacional para o Barcelona e pelas piores razões. Nos últimos três jogos de La Liga perdeu… três! Isto deixa o campeonato vizinho ao rubro com os “bluegrana” empatados com o Atlético de Madrid no topo e Ronaldo & Companhia à espreita, a apenas um ponto. Promete!

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