quarta-feira, 13 de abril de 2016

Crónica desportiva por José Agrela, número 13

Depois de uma semana de interregno, para jogos particulares da selecção (e por motivos pessoais), voltou a Liga NOS. E regressou logo com um Benfica-Braga, que podia alterar o topo da tabela classificativa. E os visitantes fizeram por isso, já que logo no primeiro minuto, Wilson Eduardo cabeceou uma bola ao poste esquerdo da baliza à guarda de Ederson. Estava dado o mote para o que seria o primeiro quarto de hora de jogo, com os “arsenalistas” por cima na partida e um Benfica apático a não se entender com a forma de jogar adversária. E enquanto os “encarnados” andavam à deriva, o Braga aproveitou para voltar a colocar em perigo o último reduto “encarnado” com um chapéu que saiu a centímetros do poste direito. No entanto, a partir daí, o Benfica pegou no jogo e aproveitando uma saída de bola curta, Gaitán ganhou a bola e assistiu Mitroglu para o primeiro golo. E a partir daqui, os comandados de Paulo Fonseca “desapareceram” do jogo, com os líderes a dominarem o jogo por completo e a avolumarem o score até aos 3-0 ao intervalo, com Jonas a marcar de grande penalidade e Pizzi a rematar forte e rasteiro, após assistência de Jonas… com as costas! No segundo tempo, foi o controlar do jogo por parte dos anfitriões com Mitroglu a voltar a faturar e Samaris a fechar a contagem para o lado encarnado. Pedro Santos fechou o placard na conversão de uma grande penalidade (a primeira assinalada contra o Benfica num ano).
No Dragão, aconteceu “história”, com a quebra de um recorde negativo para os “azuis-e-brancos”. Até esta jornada, nunca tinham perdido em casa com o último classificado. Mas o Tondela quebrou este recorde que o Porto detinha, deixando o seu presidente “envergonhado”, como ele próprio disse numa entrevista.
E não é para menos, já que o FC Porto está longe da equipa que “aterrorizava” os adversários, especialmente no Dragão. E acabou por sucumbir aos 59’, com um remate em arco de Luís Alberto, reagindo com muito coração, mas pouca razão.
No Restelo, o Sporting “cilindrou” o Belenenses por 5-2. Azuis que têm um treinador, Júlio Velázquez, com uma visão muito romântica do futebol e não percebeu ainda o que é a Liga Portuguesa. Tenta jogar o jogo pelo jogo, olhos nos olhos, mas com os “grandes” acaba por ser suicídio e acabou goleado como das vezes anteriores.

Esta foi, resumidamente, a jornada anterior, em relação aos clubes que mais adeptos arrastam.
Já nesta jornada, deu-se a segunda derrota consecutiva do FC Porto (algo que já não acontecia desde a época 2008/2009 para a Liga), desta feita com o Paços de Ferreira por 1-0. Num jogo em que os “dragões” dominaram em todos os aspetos do jogo, não foram capazes de serem eficazes. Com o guarda-redes pacense, Defendi, a defender tudo o que havia para defender, os visitantes viram as esperanças de serem apurados diretamente para a Liga dos Campeões, goradas.
Assim, veem o líder e bicampeão nacional a doze pontos de diferença praticamente irrecuperáveis.

Líderes esses, que continuam a sua marcha triunfal rumo ao tricampeonato (assim espera a massa associativa). No entanto, já se percebeu que não será nada fácil lá chegar. Em Coimbra, viram-se a perder bastante cedo, aos 17’, com um golo de Pedro Nuno, que aproveitou um péssimo corte de Eliseu. A partir daí, só deu Benfica, desperdiçando oportunidades umas atrás das outras, umas vezes por oposição de Trigueira, outras por falta de pontaria encarnada. Até que Pizzi arrancou um grande cruzamento da direita que encontrou a cabeça de Mitroglu que não desperdiçou a oportunidade de empatar o encontro. O jogo não mudou de cariz e os “estudantes” continuaram a defender com as suas duas linhas de cinco homens à frente de Trigueira. E assim continuou até Raúl Jiménez saltar do banco, para cinco minutos depois, receber um cruzamento de André Almeida, novamente da direita, com uma grande receção e atirar forte sem hipótese para Trigueira. Acabou aí a resistência da Académica e, por consequência, o antijogo que foi uma constante.

Já o Sporting, o outro real candidato ao título neste momento, venceu confortavelmente por 3-1, o Marítimo. Os “verde-rubros” até entraram melhor no jogo chegando à área contrária por algumas vezes, mas os “leões” de Alvalade foram mais eficazes e marcaram ao acabar a primeira parte pelo “mal amado” Téo Gutiérrez, com alguma sorte à mistura. No segundo tempo, as coisas foram mais simples com William Carvalho e o “inevitável” Slimani a aumentarem o score, com Ghazaryan a reduzir, mas pouco havia a fazer. Assim, mantém-se tudo igual na luta pelo título… até ver!
Nos restantes jogos da jornada, o União da Madeira perdeu uma oportunidade de ouro frente ao Tondela para fugir à “linha de água”. Foi a casa do “lanterna vermelha” Tondela perder por 1-0 com um autogolo de Soares. Apesar de ter dominado a maior parte do jogo, nunca foi capaz de fazer aquilo que se pede… golos.

A outra equipa da Madeira, o Nacional arrancou uma goleada frente ao Estoril por 4-1, voltando à famosa “chapa 4” da Choupana, arredada a alguns tempos daquele reduto. A equipa anfitriã marcou relativamente perto do fim e do primeiro período e abriu o segundo da mesma maneira. A partir daí, foi o avolumar do resultado até ao placard final, sem nunca ter posto em perigo a vitória.
Em Braga, a equipa local não conseguiu bater o Moreirense, empatando a uma bola. Apesar do grande domínio bracarense a todos os níveis, viu-se a perder após o reatamento da segunda parte. A partir daí, Stefanovic defendeu tudo até ao limite, incluindo uma grande penalidade. Mas água mole em pedra dura, tanto dá, até que fura e aos 94’, o golo apareceu por Boly, num cabeceamento indefensável para o homem que tinha defendido tudo.
No Bessa, o Boavista deu mais um passo rumo à manutenção, empatando a zero, com o “europeu” Arouca. Falhou uma grande penalidade, mas mesmo assim conseguiu um ponto fundamental nos objetivos do clube.
O Setúbal continua a sua péssima segunda volta e voltou a perder, desta vez por 1-0 em casa. Num jogo relativamente equilibrado, os homens do Restelo foram mais felizes e marcaram por Ortuno à passagem do 78º minuto.

A jornada fechou em Vila do Conde, com o Rio Ave a bater o Vitória de Guimarães, que leva já nove jogos sem vencer. Dois golos na primeira parte bastaram para levar de vencida um Vitória sem chama, longe do que já se viu esta época.
A nível internacional, destaque para os Quartos-de-Final da Liga dos Campeões onde houve surpresas. O Benfica, talvez contra todas as expectativas, manteve a eliminatória em aberto com o Bayern. Perdeu por 1-0 e fez um jogo que surpreendeu, inclusivamente os bávaros. Já o colosso Real Madrid perdeu frente ao Wolfsburgo por 2-0 e terá uma tarefa gigantesca para passar a eliminatória. Em Barcelona, Messi e companhia venceram por 2-1 o sempre imprevisível Atlético de Madrid e terão tarefa complicada na 2ª mão. Finalmente o PSG que deixou fugir uma vantagem, depois de ter estado em vantagem por 2-1. Assim, adivinham-se grandes emoções nos quatro encontros da 2ª mão.

Na Liga Europa, o Braga comprometeu as suas aspirações ao perder por 2-1 na Pedreira. Num jogo em que até esteve por cima, o Shakhtar Donetsk foi cínico e venceu, jogando “à italiana”. Assim, as coisas estão muito difíceis para os “arsenalistas”. Nos outros encontros, Jurgen Klopp voltou a Dortmund e saiu de lá em vantagem com o seu Liverpool, ao empatar a uma bola. O Bilbau viaja até Sevilha com uma desvantagem mínima por 2-1 e o Sparta de Praga recebe o Villarreal para reverter o mesmo resultado. Tudo por decidir, portanto.
Finalmente, como nota final, destaque para o Barcelona que leva duas derrotas consecutivas em La Liga, passando de uma vantagem de 10 para 4 pontos em relação ao Real Madrid e três em relação ao Atlético de Madrid.

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